Maricá pretende cultivar e oferecer plantas medicinais na saúde pública

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Representantes da Prefeitura de Maricá realizaram uma visita ao Sul Fluminense para conhecer um projeto do Ministério da Saúde desenvolvido em Volta Redonda e Pinheiral, a “Farmácia Viva”, que visa o uso racional das plantas medicinais (fitoterapia) pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma nova opção terapêutica.

Ao lado do secretário de Saúde, Alfredo Peixoto, a coordenadora Fabíola Martins, apresentou o sistema de cultivo da Escola Agrícola Nilo Peçanha (Pinheiral) e a cooperativa de beneficiamento dos fitoterápicos da Fundação Beatriz Gama (Volta Redonda) para o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Júlio Carolino; a subsecretária de Assuntos Federativos e Inovação, Kika Monteiro e o farmacêutico Carlos Augusto Anacleto, que representava a secretária de Saúde, Simone Costa e Silva.

Segundo Kika, a ideia da comitiva surgiu após a realização de uma palestra do Ministério da Saúde na cidade, com a participação de vários servidores.

“É um privilégio muito grande para mim, como filha de Volta Redonda, apresentar para o município de Maricá, que me abraçou e me dá a oportunidade de colaborar com sua gestão, este projeto exitoso. Uma ação que busca pelas melhores práticas de governo e inclui a fitoterapia como solução para os problemas de saúde da população, que infelizmente, não tem acesso aos remédios caros”, declarou.

De acordo com Carlos Augusto Anacleto, a Farmácia Viva resgata as plantas tradicionais do município através de uma cadeia de produção. “Através de um arranjo da agricultura local são estabelecidos os produtores que vão preparar o fitoterápico escolhido pelo município. Então, a farmácia processa, produzindo o xarope, cápsula ou comprimido desejado e distribuindo nos postos com o rótulo da Secretaria de Saúde, integrando a comunidade através da agricultura local”, explicou o farmacêutico.

Júlio Carolino contou que a ideia inicial é a produção de medicamentos em torno de quatro ervas principais, que já são cultivadas no município, portanto, adaptadas ao solo e clima maricaenses.

“Elas atendem bem a demanda dos nossos pacientes. A Erva Baleeira tem ação anti-inflamatória, antisséptica, analgésica, cicatrizante, diurética e laxante; o capim limão auxilia na questão da ansiedade e vai reduzir o grande consumo de remédios tarja preta na cidade; o xarope de guaco é muito usado por pessoas com problemas respiratórios e a calêndula além de adstringente, analgésica, anestésica, serve como anti-inflamatório”.

Outras ervas comumente encontradas em Maricá, como a espinheira santa, a arruda, o alecrim e a camomila serão aproveitadas numa segunda etapa. Ainda de acordo com o secretário de Agricultura, os cuidados com a manipulação das ervas medicinais em laboratório e todo seu processamento ficará sob a responsabilidade da Secretaria de Saúde, mas o lucro maior será mesmo da população.

“O grande ganho para o município com essa iniciativa é que, além dos medicamentos serem bem mais baratos que os tradicionais, o efeito colateral costuma ser menor, por serem baseados em ervas naturais”, contou, acrescentando que o projeto também visa a criação de uma nova fonte de renda para o município. “Porque a produção inicial vai ser para o nosso laboratório, mas posteriormente pode ser comercializada para outros municípios e quem sabe, até exportada”, concluiu Júlio.

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