Atividades inclusivas integram alunos especiais no Café Literário da Rynalda

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Diversas atividades movimentaram o Chá Literário com tema “Consciência Negra” da Escola Especial Rynalda Rodrigues da Silva realizado na manhã desta quarta-feira (28/11). Coral, roda de capoeira, lançamento da primeira edição do Jornal Plantão EJA com notícias da escola e palestra com a escritora Conceição Evaristo integraram a programação de culminância do projeto de leitura da escola “A Hora do Conto”.

Durante o evento, os alunos participaram de oficina de turbantes, de capoeira, de dança afro, de jogral, jogral do texto “Filhos da Alforria”, de Rosália Cristina, exposição de trabalhos dos alunos, contação de histórias Afro-encantamento com a professora Sandra Gurgel e apresentação da história da boneca abayomi, símbolo de resistência, tradição e poder da cultura negra.

A diretora geral da unidade, Delta Pires, falou sobre a importância das atividades que objetivam integrar os alunos da escola à sociedade. “Por essa iniciativa, buscamos mostrar a produção acadêmica do aluno ao longo do ano letivo, afirmando o valor de cada um com o propósito de enriquecer seu repertório social e aumentar sua autoestima”, declarou.  A unidade atende 45 alunos especiais da Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas fases 1 a 4, além de 22 alunos da turma de aceleração de estudos, integrado esse ano na unidade como forma de incentivar a inclusão dos alunos.

A escritora e participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra, Conceição Evaristo, que é mãe de uma aluna da unidade, utilizou dois textos (“A Cor do Menino” e “O Menino Negro Não Entrou na Roda”) para abordar de forma lúdica o tema da Consciência Negra. “Temos que comemorar, mas principalmente, refletir como negros, índios, gays, idosos e deficientes são tratados em nosso dia-a-dia com foco nos preconceitos sofridos. Será que nossa pátria está realmente sendo gentil com seu povo, como diz nosso Hino Nacional?”, questiona a autora, graduada em Letras pela UFRJ, Mestre em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Doutora em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense.

A aposentada Jacy Dorothea Maia de Oliveira, de 78 anos, é mãe de uma das alunas mais antigas da escola, Renata Maria Maia de Oliveira, de 47 anos, e adora participar das atividades. “O aluno se sente importante e valorizado. Minha filha teve um problema neurológico que afetou sua fala e parte motora. Se não estivesse aqui, provavelmente, ela estaria em casa triste e isolada. E ela ama estar com os demais alunos brincando, interagindo e produzindo”, ressaltou.

Um dos alunos da unidade, Willian dos Santos, de 20 anos, na unidade há uns dez anos, foi um dos repórteres da primeira edição do jornal do EJA. “Adorei entrevistar e brincar de ser jornalista. Adoro estar aqui, estudar e jogar futebol com meus amigos”, destacou. A aluna Érica Patrícia Viana, de 40 anos, é a cantora da escola. “Eu amo cantar e aqui todo mundo me incentiva. Fico super à vontade e me sinto ainda mais feliz. Eu amo participar de todas as tarefas”, concluiu.

Foto: Marcos Fabricio

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