No dia em que a chuva deu uma trégua após quase 36 horas ininterruptas, diversos órgãos da Prefeitura de Maricá se mobilizaram para prestar ajuda a vítimas de alagamentos. As ações se concentraram nesta quarta-feira (10/04) em São José de Imbassaí, onde alguns moradores das ruas 31 de Março e 15 de Agosto ficaram impedidos de entrar ou sair de suas casas desde a noite de segunda-feira (08). Equipes da autarquia de Serviços de Obras de maricá (Somar), da Secretaria de Proteção e Defesa Civil e do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro foram até a 31 de março e conversaram com a população local.
De acordo com o presidente da Somar, Renato Machado, as equipes realizaram intervenções também em Araçatiba, Vale da Figueira, Recanto e na comunidade Mato Dentro (estas últimas em Itaipuaçu). “Tivemos bolsões e problemas pontuais. Cerca de 90% dos bairros da cidade não sofreram com efeitos decorrentes da chuva em função das providencias que tomamos preventivamente, como a limpeza e dragagem dos rios e canais e a construção de galerias de drenagem”, avaliou. A autarquia está reunindo todas as informações sobre pontos com problemas para a elaboração de planos específicos em função de cada caso.
A primeira providência tomada foi a instalação de uma tubulação para retirar a água acumulada no meio da rua e, assim, possibilitar o acesso às residências. Além dos tubos de PVC, a Somar levou ao local duas bombas de sucção para retirar a água empoçada. “Assim a gente vai poder entrar e sair direito de casa, ameniza a situação”, disse o ajudante de obras William Piedade da Silva, de 24 anos, que mora com os pais em uma das casas que ficou alagada. Segundo a Somar, quando o trabalho de drenagem terminar, equipes de topografia já começarão a fazer os estudos necessários para uma intervenção definitiva.
Duas agentes do CRAS São José foram à rua para ouvir dos moradores suas principais demandas, que atualmente são alimentos, móveis e água potável. “Fomos ao CRAS mais cedo e agora elas vieram falar com a gente. O maior problema agora é que estamos sem água para consumir, porque nossos poços estão debaixo d’água”, relatou a estudante Larissa Conceição, de 23 anos, que estava no colo com a pequena Valentina, de 2 anos.
Quem também conversou com os moradores foi o secretário municipal de Defesa Civil Luiz Carlos dos Santos, que avaliou como positiva a forma como a cidade respondeu às fortes chuvas. “Se compararmos com as chuvas de fevereiro, onde tivemos casas destruídas, e com o que observamos em cidades vizinhas, podemos dizer que Maricá suportou bem às chuvas desta semana. Não registramos danos materiais de grande proporção e nem tivemos gente ferida ou que precisou de atendimento médico. Há uma melhora do tempo prevista já para esta quinta, mas estamos de prontidão”, garantiu.
Em outro ponto com problema de alagamento, a localidade de Mato Dentro, no Recanto de Itaipuaçu, uma das principais caixas de passagem de águas pluviais e vital para a drenagem estava tampada com uma grande quantidade de entulhos. Equipes da Prefeitura usaram máquinas para desobstruir o local durante toda a noite desta terça-feira (09/04) para restaurar a capacidade da rede.
Ainda em Itaipuaçu, no Barroco, as redes de drenagem da Rua das Mimosas e outras vias do entorno são antigas e não deram vazão diante do volume de chuvas. Para solucionar a Prefeitura está concluindo um estudo para construção de uma galeria pluvial que irá jogar a água na Lagoa da Costa Verde e de lá será feita uma ligação até o rio Itaocaia.
Em São José de Imbassaí também havia equipes da Somar em ação para minimizar os efeitos da chuva. Na Rua João Rizzo, que fica entre a Avenida Prefeito Alcebíades Mendes (antiga Estrada dos Macacos) e o bairro Manu Manuela, foi aberta uma passagem lateral para escoar a água que ficou acumulada na esquina com a Rua das Pescadinhas e também em parte da Estrada do Catumbi. No Marine, a Rua Itamaracá teve pontos de alagamento nas esquinas com as ruas Curuçá e Hamilton Ávila de Amorim. A comunidade do Mutirão também teve uma ação para desobstruir uma passagem de água acumulada.
Fotos: Marcos Fabrício
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