Uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Comércio, Indústria, Petróleo e Portos de Maricá iniciou nesta semana uma série de diligências para confirmar as informações prestadas por quem solicitou o auxílio do Programa de Amparo ao Trabalhador (PAT). As visitas vão acontecer ao longo dos próximos dias em locais de toda a cidade escolhidos por amostragem, sempre entre 9h e 17h, onde o grupo faz uma conferência da documentação e principalmente do endereço do beneficiado e da quantidade de moradores que cadastrou em sua inscrição. O PAT foi criado pela Prefeitura para auxiliar financeiramente os trabalhadores informais, autônomos e profissionais liberais do município a durante a pandemia de Covid-19, com um salário mínimo (R$ 1.045 convertidos em Mumbucas) durante três meses, prorrogáveis por mais três.
Nesta quinta-feira (16/04), o grupo esteve no Jardim Atlântico, em Itaipuaçu, conferindo os endereços dos cadastrados no programa. Cátia Maria Tavares da Silva, de 54 anos, se inscreveu no PAT. “Com a ordem de fechar o comércio, ficamos sem renda porque nossa barbearia está fechada. Será uma ajuda excelente, principalmente na questão alimentar, vai ajudar a segurar bastante”, garantiu ela, que cuida da mãe de 89 anos e do filho que cursa Engenharia através do programa Passaporte Universitário.
A coordenadora da série de diligências, Daiana Cardoso, disse que a apuração das informações constatou uma série de endereços duplicados e rendas familiares acima do teto estipulado de até cinco salários mínimos, mas garantiu que não é a intenção excluir ninguém do processo de concessão.
“O que estamos fazendo é apurar as informações que recebemos e para isso é importante que, na hora da visita, quem solicitou tenha em mãos os documentos condizentes com o que foi apresentado no cadastro”, explica Daiana, antecipando que os pedidos inicialmente indeferidos poderão ser refeitos na próxima etapa do processo. “Ao final dessa primeira análise, esses pedidos não aprovados vão receber um e-mail com as pendências encontradas para renovar seus cadastros e, assim, terão uma nova chance de deferimento”, revelou.
A autônoma Karina Ciechanowski, 41, também teve sua venda de quentinhas prejudicada pela pandemia do novo coronavírus, mas ela não apenas se cadastrou – e teve o pedido aprovado – como também ajudou amigos e vizinhos a se cadastrarem, quase todos sem conhecimento de tecnologia. “É um momento bem difícil, a hora é de se ajudar. A engrenagem comercial foi quebrada e muita gente carente está sem renda. Vai ser bom para manter as contas em dia, principalmente”, disse.
Uma das pessoas a quem Karina ajudou no cadastro foi o pintor de paredes Jorge Luiz Oliveira, de 52 anos. Com a paralisação das construções onde ele trabalhava, também ficou difícil manter a renda da família. “O dinheirinho vem numa hora boa, vai garantir uma compra legal, o gás e até a ração do cachorro”, lembrou.
Também trabalhando com obras, o pedreiro Sidnei Serrano Moreira chegou em casa no momento em que a equipe era recebida pela sua esposa e foi informado que seu pedido tinha sido aprovado. “Essa doença afastou as pessoas e também o trabalho nosso. Para mim, que tenho 63 anos, ficou ainda pior por ser do grupo de risco. Então o benefício dá uma tranquilidade, vai ajudar com as despesas e dívidas pendentes”, garante.
Para a cabeleireira Edinéia Victal Acosta, 56, o dinheiro irá equilibrar as contas da casa onde mora com a filha. “Tem algumas contas que não dá para adiar e, mesmo não sendo o valor que a gente arrecada no trabalho normal, é uma ajuda muito bem-vinda”, afirma.
Fotos: Clarildo Menezes