A partir de agora Maricá terá barreiras sanitárias permanentes para diminuir o fluxo de pessoas na cidade. O anúncio foi feito pelo prefeito Fabiano Horta na última quarta-feira (13/05) durante transmissão ao vivo nas redes sociais da prefeitura. Apesar das medidas restritivas, o prefeito frisou que não se trata de um lockdown (termo usado em situações de emergência no qual as pessoas só podem sair de casa se tiveram autorização, para preservar sua segurança).
De acordo com o prefeito, a Secretaria de Ordem Pública e Gestão de Gabinete Institucional vai coordenar a barreira sanitária permanente 24h em alguns pontos da cidade. O primeiro deles será na RJ-114, que liga Maricá a Itaboraí.
“Vamos ter uma barreira permanente sanitária 24h fazendo um bloqueio, permitindo a passagem do fluxo das pessoas que precisarem trabalhar nas atividades essenciais, seja em Maricá, ou em municípios vizinhos. Mas é importante que as pessoas entendam que precisam ficar nas suas cidades. Essa barreira vai funcionar como um bloqueio e a diminuição do fluxo entre as cidades em todo o seu tempo”, disse.
Ainda segundo o prefeito, já a partir desta sexta-feira (15/05), e durante todos os fins de semana, serão bloqueados os pontos de acesso a Itaipuaçu, como a Serrinha, Vivendas (na altura do bairro Cala Boca) e rotatória de Inoã, assim como foi feito no feriado do dia 1° de maio (Dia do Trabalhador), que resultou em uma diminuição de 35% do fluxo de carros, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Além dos acessos a Itaipuaçu, também haverá bloqueio nos acessos à região litorânea do município como Ponta Negra e Barra de Maricá.
“Essas barreiras têm o objetivo claro de não permitir a vinda e o fluxo litorâneo para a nossa cidade nas épocas em que o mar está bonito, mas é uma hora que é necessária a restrição. E as barreiras vão funcionar fazendo com que as pessoas fiquem nas suas residências e nas suas cidades. Isso vai construir mais proteção para o município”, afirmou.
Durante a transmissão, o prefeito anunciou mais uma medida contra a pandemia: o pagamento de um salário mínimo (R$ 1.045) por três meses aos trabalhadores de pequenas empresas da cidade, através do Programa de Amparo ao Emprego (PAE), aprovado nesta quarta-feira na Câmara Municipal. A partir desse programa, há previsão de atingir 15 mil empregos formais e beneficiar mais de 1.600 empresas.
“As empresas vão receber da Prefeitura o benefício para que elas possam, ao longo dos próximos três meses, reorganizar a sua estrutura, seu funcionamento e arcar com a paralisia que sabemos que a economia tem tomado”, avaliou.
O chefe do Executivo também citou outras medidas já adotadas pela Prefeitura no enfrentamento à pandemia como o fechamento de áreas na cidade, o isolamento, o acréscimo no valor da moeda Mumbuca (de 130 para 300 por três meses) e a criação do Programa de Amparo ao Trabalhador (PAT), que já pagou 19.583 pessoas informais no município. Segundo o prefeito, caso ainda tenham pessoas que não receberam o benefício, será feita uma busca ativa coordenada pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico, Comércio, Indústria, Petróleo e Portos e pela Assistência Social para entender o motivo pelo qual não foi depositado o benefício.
Outra medida anunciada foi o pagamento da Renda Básica da Cidadania (Moeda Mumbuca) feito em partes, já a partir de junho, a fim de diluir o fluxo das pessoas nas ruas, principalmente em dias de pagamento do benefício.
No fim da transmissão, Fabiano Horta citou algumas das ações já efetuadas como a ampliação e distribuição de cestas básicas dos alunos da rede município e o Fomenta Maricá, que prevê a oferta de uma linha de crédito para os micro e pequenos empresários da cidade, cuja operação se dará juntamente com a Agência de Fomento do Rio de Janeiro (AgeRio). A iniciativa prevê uma linha no total de R$ 30 milhões para a compensação de caráter emergencial.
“Esse conjunto de medidas que desde o primeiro momento a cidade tomou, é para sinalizar que esse processo de reconstrução da nossa economia, como em todo o Brasil, será muito longo. Mas a Prefeitura vai ser muito proativa e partilhadora da dor do comerciante e do empresário local que tem suas atividades hoje paralisadas pela necessidade da saúde pública, a fim de diminuirmos o contágio e a viralização da doença”, pontuou.
Fotos: Divulgação