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No mundo da leitura com Tânia Vidal

Escritora se dedica a produção de livros infantojuvenis 

Apaixonada por literatura e por Maricá, assim é Tânia Vidal. Professora de língua portuguesa pós-graduada em literatura infanto juvenil pela UFF e professora aposenta de rede municipal de Maricá. Desde muito jovem Tânia sempre se interessou pela leitura e foi nos tempos da faculdade que nasceu o interesse em escrever um livro, mas nunca tinha feito nada que achasse bom para publicar.

Divorciada e sem filhos, em 2013 adotou um gato vira-lata muito esperto que batizou com o nome de Dudu e na mesma época ganhou uma cadelinha shitsu, a Dora. “Eles têm mais ou menos a mesma idade e são meus companheiros. Desde o início se deram super bem e por ver as brincadeiras e amizade deles dentro de casa que surgiu a ideia de escrever meu primeiro livro infantil “A Dupla D2” onde conto as aventuras e brincadeiras deles. Os pequenos amam!”, diz Tânia.

O segundo título lançado pela escritora é sobre uma lenda que ouvia muito na Cidade de Pouso Alto, Minas Gerais. Resolvi recontar a história “A Casa da Bruxa” e transformar em livro, com as devidas autorizações. “ É uma história muito engraça de duas irmãs gêmeas que uma é bruxa. O livro é para crianças um pouquinho maiores que à partir dos 7 anos gosta desse tipo de histórias”, explica a escritora. Para escrever esse livro ela contou com a ajuda da sobrinha-neta, Camille de 11 anos, sua “companheirinha” que já ensaia escrever pequenas histórias.

Já o livro “Maricá, de Vila a Cidade” nasceu da necessidade de contar a história do município para as crianças que não conheciam. “Em 1987 passei para o primeiro concurso para dar aula no Joana Benedicta e depois fui para o João Monteiro, em Itaipuaçu, onde fiquei por mais de 23 anos”, relembra. Tânia era responsável pela biblioteca do João Monteiro onde até então as crianças que estudavam eram filhos de pescadores, caseiros e pessoas simples da região. Mas foi quando muita gente vinda do Rio veio morar em Maricá e o João Monteiro era a escola procurada por esses pais recém-chegados. “Os alunos vindos de outros municípios não tinham a mínima ideia de que Itaipuaçu pertencia a Maricá. Lembro perfeitamente às vésperas do 26 de maio, aniversário da cidade, de um aluno me falar que não ia participar de desfile porque ele não morava em Maricá, mas em Itaipuaçu”. Foi naquele momento que a professora teve um estalo. “Pensei: tem coisa errada aí. Precisamos inserir essas crianças no contexto histórico e cultural do lugar onde elas estão vivendo”. E também com seu trabalho na biblioteca que via a dificuldade das suas colegas professoras em arrumar material para contar a história do município para as crianças.

Tânia começou a pesquisar e escrever sobre a história de Maricá e assim foi criado o projeto “Maricá” para as colegas da escola trabalharem com seus alunos em sala de aula. “Depois que me aposentei e que já tinha dois livros publicados resolvi transformar o projeto em livro e assim nasceu o “Maricá, de vila a cidade”, fala orgulhosa. Hoje as escolas da rede usam o livro para contar um pouco da história para as crianças. “Meu objetivo foi alcançado e fico muito orgulhosa por isso”.

A convite de Manoel Lago – advogado, escritor e colaborador de nossa revista – que ela e mais um grupo de escritores se organizou para expor no 1º Festival da Utopia, criando assim o grupo “Povo do Livro”. No ano seguinte veio a Feira Literária de Maricá, a FLIM, e com o tempo o grupo foi crescendo, inclusive com escritores de fora de Maricá, mas todos têm ligação com a cidade. Hoje são aproximadamente 30 escritores e já estão fazendo a segunda antologia. “Dessa vez eu não vou participar do projeto porque acabei de lançar o livro “Niterói” que conta a história do município e assim como em Maricá estou tentando emplacar ele nas escolas”, explica.

Hoje a escritora tem 4 livros publicados e no mundo atual onde a busca por leitura de forma virtual tem se tornado uma realidade cada vez mais forte, Tânia tem lutado para que crianças e jovens não percam o hábito e amor a leitura dos livros de papel. “ Estamos sempre buscando levar nossa literatura em nome do município. Tem sido um trabalho árduo, mas gratificante”, finaliza.

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