ILHAS MARICÁS, UM PARAÍSO AINDA POUCO CONHECIDO

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Arquipélago localizado em frente à Praia de Itaipuaçu abriga cenários paradisíacos

Por Catarine Monnerat.

Muitos não sabem, mas além de seus 32 km de extensão de belas praias e das diversas lagoas,
Maricá também abriga um complexo de Ilhas com paisagens exuberantes, as Ilhas Maricás.
Localizado em frente à Praia de Itaipuaçu, o local, que é uma reserva da Marinha, possui visitas
diárias de pescadores em busca de mexilhões, dourados, corvinas, entre outros. Mas sua
beleza também encanta pessoas que se animam a visitar esse cantinho ainda pouco conhecido
de Maricá.
A porta de entrada desse lugar paradisíaco é a Praia da Capelinha, de onde, ao desembarcar, o
visitante já tem ideia das maravilhas que poderá desfrutar durante o passeio às ilhas. Um
desses atrativos é, sem dúvida, o antigo farol, que se pode acessar através de uma caminhada
e possui vista exuberante da Pedra do Elefante.
A vegetação das ilhas é composta por árvores baixas e frutíferas, tomada por pitangueiras que
formam maravilhosos caminhos e embelezam ainda mais essa pintura da natureza. O local
também abriga uma grande variedade de espécies de animais, principalmente de pássaros e
insetos. Além, é claro, de muitos peixes, como os pequenos e coloridos que, em algumas
épocas do ano, aproveitam para desfrutar as águas mansas e límpidas das piscinas naturais,
formadas na parte da ilha localizada de frente para a costa. Um outro espetáculo à parte!
Mas uma questão inusitada e interessante da ilha e que por muitos anos foi uma espécie de
lenda em Maricá são os cabritos selvagens que povoam o local. Dizem os pescadores que há
muitos anos um casal deles foi deixado lá e desde então a ilha passou a ser habitada por um
número cada vez maior desses animais. Outra intervenção humana nas ilhas foi um poço de
água doce para seu abastecimento, construído por um pedreiro a pedido dos pescadores “a
preço de peixe”, como contam os mais antigos.
Uma parte das Ilhas Maricás que também merece ser conhecida por quem se aventura a fazer
a visita é a Depressão, uma espécie de canal que “corta” a ilha ao meio. Existe ainda uma
estreita ponte formada naturalmente, que permite atravessar de um lado ao outro, mas sem
risco, já que a água que passa sob a ponte é rasa. Durante a caminhada pela fenda, mais um
presente da ilha para seus visitantes: a vista do local é incrivelmente espetacular!
Para quem se interessar em visitar esse paraíso localizado em Maricá, a viagem é feita por
meio dos barcos de pescadores que podem ser encontrados na Praia de Itaipuaçu. As
embarcações saem da Rua 70 e cruzam o oceano por cerca de dez minutos. Mas é importante
lembrar que para fazer essa travessia é preciso estar atento às condições climáticas. O passeio
também não é recomendado em caso de mar agitado.

BOX

A costa de Maricá é repleta de navios naufragados e as Ilhas Maricás, especificamente, foi
palco de um dos mais importantes naufrágios do litoral. No dia 15 de outubro de 1874 o navio

cargueiro francês Moreno, que media 95,45 m de comprimento e saiu do porto do Rio de
Janeiro em direção a Europa transportando café, bateu às 19:30h nas Ilhas Maricás.
O tempo estava fechado, o céu escuro, a chuva caía forte e a visibilidade era muito ruim. Raios
caíam em todas as direções e afetaram a bússola do navio.
Ao chocar-se com as pedras, próximas às ilhas o navio não demorou a afundar. Os 39
tripulantes e os nove passageiros que estavam a bordo foram socorridos por pescadores.
O Moreno ainda se encontra tombado de lado no fundo da principal enseada das Ilhas Maricás
e tornou-se uma grande atração para iniciantes na prática do mergulho, já que está submerso
a cerca de 12 metros de profundidade. Vários instrutores de mergulho, especialmente da
região oceânica de Niterói, organizam passeios e instruções de mergulho no litoral do entorno
da Baía da Guanabara e tem o Moreno, nas Ilhas Maricás, como parada obrigatória.

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