Maricá é uma das dez cidades selecionadas para a segunda edição do Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (Luppa), um projeto que busca incentivar governos municipais e organizações locais a desenvolver sistemas alimentares saudáveis, que atuem na redução da desigualdade e promovam a justiça social. O projeto foi criado em 2020 pelo Instituto Comida do Amanhã em parceria com a Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI, na sigla em inglês).
Para a seleção, as secretarias de Agricultura, Pecuária e Pesca e de Economia Solidária apresentaram projetos já em andamento na cidade, como as praças agroecológicas, as hortas comunitárias, o Restaurante Popular Mauro Alemão e a fábrica municipal de produtos desidratados. O secretário Julio Carolino explicou que, para que a candidatura de Maricá fosse aceita, foi necessária a união com a Economia Solidária, que coordena o conselho de segurança alimentar do município.
“Estou muito feliz pela cidade ser uma das selecionadas nesse processo do Luppa, vamos continuar trabalhando pela segurança alimentar e compartilhar nossas experiências bem sucedidas com as cidades parceiras no projeto”, comemorou o secretário.
Com a inclusão na segunda edição do Luppa, Maricá e as demais selecionadas – Abaetetuba (PA), Alto Paraíso de Goiás (GO), Barcarena (PA), Eusébio (CE), Jundiaí (SP), Nova Lima (MG), Palmas (TO), Pindamonhangaba (SP) e Vitória do Mearim (MA) – se juntam a outros 26 municípios brasileiros que já integram o projeto. No estado do Rio, apenas Niterói participou da primeira edição, em 2021.
A seleção de Maricá foi confirmada num evento realizado online nesta quinta-feira (08/09), pelo Instituto Comida do Amanhã. Durante a transmissão, representantes de três cidades que participaram da primeira edição do Luppa – Belo Horizonte (MG), Anchieta (SC) e Sobral (CE) – falaram sobre os avanços na agenda da segurança alimentar e da sustentabilidade. Na abertura da transmissão, o coordenador de projetos da agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Sergio Dorfler, mencionou o retorno da fome ao cenário brasileiro e internacional como uma amostra do desafio a ser enfrentado pelas cidades.
“Prefeituras e organizações locais são os agentes mais importantes na promoção do acesso a uma dieta saudável, do incremento da produção local, da gestão responsável dos resíduos e da criação de uma economia circular sustentável, que gere empregos. O retorno da fome não é falta de alimento, é retrato da desigualdade econômica”, destacou Dorfler.