Uma pessoa doce, paciente, divertida, amiga e muito alegre, dedicada a viver cada minuto de sua vida com todo amor, leveza e espalhando alegria. Assim, Tatiana Castelo Branco viveu por 42 anos, se dividindo entre as cidades de Maricá e Quissamã, dois locais que amava.
Capricorniana, nascida em 03 de janeiro, era dona de um sorriso que encantava a todos, um exemplo de mulher guerreira para cada uma das pessoas que cruzou sua vida.Tornou-se conhecida como Tatiartes, que era o nome de sua conta no Instagram, mas a verdade é que a jovem Tati dedicou grande parte de sua vida ao amor que tinha pelas artes.
Cidadã maricaense, levou a arte, que herdou de sua família, adiante, até o último dia de sua vida. São inúmeras as histórias de pessoas que, por causa de seu incentivo, voltaram a pintar.E também foram muitas as suas criações. Vários desenhos, pinturas, autorretratos, algumas tatuagens e até a arte de uma marca conhecida: a Favela. Isso mesmo, Tatiartes foi a criadora de belíssimas ilustrações que desfilam por aí nas roupas de muita gente e que embelezavam o camarote na Sapucaí.
Solteira, mãe do Bernardo, de 14 anos, Tati sempre foi uma mãe zen, aquela que fazia de tudo para proteger e defender não só seu filho, mas também seus sobrinhos.Profissional dedicada e muito comprometida com tudo que fazia, por muitos anos, atuou como coordenadora de artes plásticas. Esteve à frente do Porão Cultural, um espaço público dedicado à arte livre, que era administrado pela Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura, e estava localizado nos fundos do anfiteatro da Praça Orlando de Barros Pimentel (Centro), antes de sua revitalização.
Se doou ao espaço e se dedicou às milhares de pessoas que passaram por ali. Também promoveu gincanas em áreas públicas para que os artistas da cidade tivessem a oportunidade de mostrar suas obras, organizou atividades com argila para as crianças e incentivou a arte dos pequenos. Reunia milhares de crianças à sua volta.
As pinturas e produções produzidas por elas, também eram bem valorizadas e penduradas no Porão Cultural, para que os visitantes pudessem apreciá-las.Tatiartes conseguiu conquistar a todos da mesma forma. Em seu velório, muitos amigos e conhecidos fizeram questão de lhe dar o último adeus. Hoje, Tatiartes descansa nos braços do Pai e brilha no céu, como a estrela que sempre foi quando esteve entre nós.
A doença de Tati
Tudo aconteceu da noite para o dia. Tati estava bem, brincando. Almoçou com a família, tomou sua cervejinha e resolveu passear na praia. Voltou com dor de cabeça e deitou para dormir. Quando acordou no dia seguinte, Bernardo achou que a mãe estivesse presa num sonho e pediu ajuda à tia Nadja. Tatiartes estava catatônica. Começava ali, o pesadelo da família Castelo Branco. Em apenas três dias, a depressão foi descartada. No auge da pandemia da Covid-19, acabou transferida do Hospital Conde Modesto Leal para o Hospital Dr. Ernesto Che Guevara, onde após vários exames, foi diagnosticada com meningite e encefalite viral, causada por uma possível inflamação mal curada no ouvido.Após um ano e três meses internada, Tatiartes pode voltar para casa. Tinha restrições médicas seríssimas, mas o fato de poder estar em meio a seus familiares já era um alívio para todos. “Deus permitiu que ela voltasse para casa, ficasse com a gente e pudesse dar e receber amor. Ela foi em paz e nos deixou em paz. Isso foi muito importante para todo mundo, principalmente para a gente que é da família”, conta Nadja. No início, Tatiartes respondia apenas com o olhar. Mas aos poucos, a melhora da artista plástica era visível. Fazia fono e fisioterapia todos os dias.
“Em momento algum, eu achei que ela fosse ficar assim para sempre. Eu vivi com a Tati para ela se recuperar. Todos os dias, eu falava para ela que aquilo era temporário, que seria um dia de cada vez. Em cada gesto que ela fazia,eu vibrei junto. Ela foi para a cadeira de rodas, emitiu sons, mexeu o braço e o pescoço. Entendia o que a gente falava. Então, eu nunca duvidei da cura dela. Sempre tive muita fé em Deus”, garante Nadja.
Foram mais duas internações. Primeiro, uma infecção urinária e da última vez, uma infecção urinária acompanhada de uma pneumonia. Tatiartes já estava fraquinha e muito resistente a antibióticos. Com isso, a pneumonia não cedeu e ela acabou falecendo no dia 02 de novembro.
“Não aconteceu o que eu queria, mas foi feita a vontade de Deus. Claro que eu queria a Tati aqui. Porque ela podia estar limitada, mas continuava transmitindo e emitindo amor”, revela Nadja, que a via como sua bonequinha desde a infância.
Vale destacar a importância de Flávia e Gabriel, que cuidaram de Tatiartes e foram fundamentais para a família Castelo Branco. Sem eles, tudo seria ainda mais difícil. Vocês foram brilhantes. Parabéns!
Tatiartes permanece viva e merece todas as homenagens sinceras
“Tati é a pessoa mais humana, mais alegre e mais cativante. Uma menina do sorriso largo que não fazia distinção de cor, idade, de nada. Ela já levou pessoas viajantes para nossa casa porque não podia deixá-los na rua. Teve um argentino com a filhinha de dois anos e um casal colombiano com três cachorros. Onde ela chegava, abraçava e beijava todo mundo.
Não tinha apego nenhum a dinheiro. Eu vi a diversidade, recebi mais de 100 abraços no velório de Tatiana e saí de lá leve, porque eu vi o quanto ela é amada. Isso me deu a certeza de que tinha que ser assim. Deus tem um propósito para ela, muito maior lá, em cima. Hoje ela deve estar com a minha mãe”
(Nadja Castelo Branco, irmã)
“Tati foi muito homenageada devido ao trabalho que ela fez na secretaria de Cultura, com as exposições. Eu tive o relato de artistas que já estavam há mais de 20 anos sem pintar e voltaram por conta do incentivo dela. Muitas pessoas vieram dar uma palavra de carinho e faziam questão de relatar coisas boas que ela proporcionou de alguma forma”
(Izabella Castelo Branco, irmã caçula)
“Partiu de nossa convivência física a nossa querida Tati DiBranco. Que falta faz a alegria, o sorriso largo e o talento imenso da Tati. A última cerveja que ela tomou foi num sábado, comigo, numa roda de amigos. Depois disso, uma fatalidade inexplicável e um sofrimento atroz. Pessoas como Tati não se vão, ficam pra sempre na memória dos amigos. E suas marcas (no meu caso, físicas, porque ela fez a tatuagem no meu braço também) nunca se apagam! Nos resta cultuar e lembrar da sua memória e dos momentos felizes que vivemos com essa querida amiga!”
(Washington Quaquá, deputado federal eleito, ex-prefeito de Maricá e amigo)
Tatiartes permanece viva e merece todas as homenagens sinceras
“Tati é a pessoa mais humana, mais alegre e mais cativante. Uma menina do sorriso largo que não fazia distinção de cor, idade, de nada. Ela já levou pessoas viajantes para nossa casa porque não podia deixá-los na rua. Teve um argentino com a filhinha de dois anos e um casal colombiano com três cachorros. Onde ela chegava, abraçava e beijava todo mundo.
Não tinha apego nenhum a dinheiro. Eu vi a diversidade, recebi mais de 100 abraços no velório de Tatiana e saí de lá leve, porque eu vi o quanto ela é amada. Isso me deu a certeza de que tinha que ser assim. Deus tem um propósito para ela, muito maior lá, em cima. Hoje ela deve estar com a minha mãe”
(Nadja Castelo Branco, irmã)
“Tati foi muito homenageada devido ao trabalho que ela fez na secretaria de Cultura, com as exposições. Eu tive o relato de artistas que já estavam há mais de 20 anos sem pintar e voltaram por conta do incentivo dela. Muitas pessoas vieram dar uma palavra de carinho e faziam questão de relatar coisas boas que ela proporcionou de alguma forma”
(Izabella Castelo Branco, irmã caçula)
“Partiu de nossa convivência física a nossa querida Tati DiBranco. Que falta faz a alegria, o sorriso largo e o talento imenso da Tati. A última cerveja que ela tomou foi num sábado, comigo, numa roda de amigos. Depois disso, uma fatalidade inexplicável e um sofrimento atroz. Pessoas como Tati não se vão, ficam pra sempre na memória dos amigos. E suas marcas (no meu caso, físicas, porque ela fez a tatuagem no meu braço também) nunca se apagam! Nos resta cultuar e lembrar da sua memória e dos momentos felizes que vivemos com essa querida amiga!”
(Washington Quaquá, deputado federal eleito, ex-prefeito de Maricá e amigo)
Matéria por Elaine Nunes, disponível na versão impressa da edição de novembro da Revista Maricá Já.