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Doce Brigaderia, uma história de sucesso em Maricá

Por Elaine Nunes

Um casal de apenas 29 anos está à frente de um empreendimento de sucesso da cidade, a Doce Brigaderia. Uma loja aconchegante, totalmente refrigerada e instagramável, que trabalha com doces de primeira qualidade, como: bolos gelados e de pote, banana rica, cone trufado, brownies, coxinha de ninho com nutella e brigadeiro. Só de lembrar, dá água na boca. Hummm!

Localizada no Flamengo, mais precisamente na Rua Protássio Peres, nº 101, a loja funciona de terça à sábado, das 11h às 19h, e completa um ano, no mês de maio, sob o comando de Kelly Oliveira e seu marido Wily, os pais da Bella de 1 ano e oito meses. 

Diariamente, o casal vende uma média de 500 doces. As entregas são feitas por profissionais contratados por eles mesmos, que atualmente aceitam pagamento em dinheiro, cartão de débito e crédito, PIX, PAT e moeda mumbuca. Há ainda opções de kit festa, sete sabores de torta e oito de docinho. 

A popularidade da Doce Brigaderia é tanta que ela já conta com mais de 2,5 M de acessos no rells do Instagram. Perfeito, né? Mas nem sempre foi assim. Quando se viu desempregada, aos 18 anos, Kelly não sabia o que fazer. Tinha apenas R$100. Precisava de uma ideia para conseguir dinheiro. Resolveu falar com Deus e teve a ideia de fazer docinhos para vender na rua.

“Peguei os R$100 e fui ao supermercado comprar leite condensado, chocolate em pó e granulado para fazer brigadeiro. Não vendia nenhum outro tipo de docinho. Na época, eu morava no Flamengo e andava até o Boqueirão, durante quatro horas, debaixo de sol e chuva, com peso, e a meta de vender 100 docinhos por dia. Fiquei assim por quase um ano, indo todos os dias, de segunda à sexta-feira. Na época, só aceitava dinheiro, porque o doce era barato e eu não tinha essa visão empreendedora”, conta Kelly. 

A meta nem sempre era batida. Mas ela nunca pensou em desistir, porque via potencial naquilo e gostava de fazer doce. Nesse meio tempo, começaram a surgir as encomendas e Kelly nem sempre conseguia sair para vender. Paralelo à isso, a cobrança dos clientes por novos sabores aumentou e ela passou a vender beijinhos. Em seguida, veio o docinho de ninho com nutella que, até hoje, é um dos mais vendidos na Doce Brigaderia. 

O cansaço começou a bater e a “menina do docinho”, como era conhecida, decidiu que precisava de um ponto fixo. Afinal, já tinha clientes. “Foi quando eu tive a ideia de comprar um carrinho de brigadeiro. Na época, Wily, que hoje é meu marido, era meu namorado. Ele vendeu o PlayStation dele e me deu o dinheiro para eu comprar o carrinho. Comprei usado mesmo e comecei a ficar na Rodoviária de Maricá. Foi o primeiro grande passo arriscado que eu dei, com a ilusão de que as pessoas iriam atrás de mim”, declara. 

No primeiro dia, levou poucos doces. Mesmo assim, só vendeu quatro unidades. Não podia ficar assim! Chamou uma amiga para trabalhar no ponto fixo e voltou a vender pelas ruas. Pagava a diária da amiga e ampliava assim, seu negócio. Passou a fazer também outros doces, como brownie e bombom de morango. As coisas começaram a fluir. Conseguiu juntar dinheiro e comprar seu segundo carrinho de brigadeiro, de madeira rosa. Tinha ainda mais clientes, que compravam, tiravam fotos e a marcavam no Facebook. O boca a boca começou a crescer seu negócio e as pessoas começaram a perguntar por entregas. Ainda sem condições de pagar um entregador, fechou uma parceria com um mototáxi e passou a dividir o valor das corridas que ele cobrava, com seus clientes. Apenas as entregas mais próximas eram feitas por Kelly, a pé. Surgia assim, a terceira opção de atender a clientela. Assim, se passaram quatro anos. Há cerca de cinco anos, a menina do docinho abriu sua primeira lojinha, onde ficou três anos. A segunda loja, quase em frente à primeira, na Emergil, mal cabia um cliente, além de Kelly e do marido. Mas foi um divisor de águas na vida do casal. 

tiravam fotos e a marcavam no Facebook. O boca a boca começou a crescer seu negócio e as pessoas começaram a perguntar por entregas. Ainda sem condições de pagar um entregador, fechou uma parceria com um mototáxi e passou a dividir o valor das corridas que ele cobrava, com seus clientes. Apenas as entregas mais próximas eram feitas por Kelly, a pé. Surgia assim, a terceira opção de atender a clientela. Assim, se passaram quatro anos.

Há cerca de cinco anos, a menina do docinho abriu sua primeira lojinha, onde ficou três anos. A segunda loja, quase em frente à primeira, na Emergil, mal cabia um cliente, além de Kelly e do marido. Mas foi um divisor de águas na vida do casal. “Foi uma dificuldade empreender, mulher, grávida, com tantos compromissos, aluguel, funcionário. Eu pensava ‘Meu Deus, será que eu vou dar conta de criar minha filha bem, pagar meus funcionários e o aluguel da minha loja? Mas graças a Deus deu tudo certo. A gente nunca deixou de arcar com as nossas responsabilidades”, declara Kelly.O casal consegue então, inaugurar sua terceira loja, num espaço bem maior, com cozinha industrial, escritório, copa, banheiros para os funcionários e espaço para atender os clientes. Em janeiro, no entanto, anunciam o fechamento da loja.

Tudo não passou de uma estratégia de marketing para ligar os holofotes em cima da Doce Brigaderia. Vinte e um dias depois, após uma reforma, quando todo mundo achava que era o fim, a Doce Brigaderia reabriu.

 “Foi uma estratégia ousada, porém o nosso objetivo que era de trazer visibilidade, foi alcançado. O nosso Instagram, que é o meio que eu mais lido com clientes, e que todos os meses capta muitos clientes novos, dobrou o número de visualizações. Também aumentaram, significativamente, as vendas. Porque notícia boa vende, mas notícia ruim, vende o dobro, infelizmente. Então, a gente usou o que seria ruim, a nosso favor”, admite Kelly. 

Ao longo desses quase 10 anos de muitos altos e baixos, a dificuldade maior para a empreendedora é estar sempre trazendo novidades e manter a qualidade de seus produtos. “A empresa gira todos os meses com lucro, porque a gente está sempre fazendo investimento. Eu acho que a empresa cresce quando o dono tem visão. Quando ele não permite que a comodidade venha a tomar conta do negócio. A gente tem que estar sempre inovando, ouvindo o cliente, procurando trazer o melhor”, opina Kelly, que atualmente conta com a ajuda de oito profissionais em sua empresa.

“Eu falo que eu sou um furacão, porque eu sou feliz com o que eu tenho, visando sempre mais. Eu creio no Deus do impossível porque, humanamente, era impossível uma pessoa que começou com R$100 conseguir construir o que eu tenho hoje. Não é só sonho, porque Deus não coloca dentro da gente aquilo que a gente não pode realizar. Mas eu acho que se a pessoa quer empreender, ela tem que ter planejamento. Não vale à pena tacar tudo para o alto para tentar não. É preciso ter pelo menos uma reserva para viver, para pagar as contas e poder investir no negócio. Mas além disso, a gente está num mundo de era digital, então quem não é visto não é lembrado”, aconselha Kelly, que fez um curso de gestão e outros dois voltados para confeitaria. 

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