Orla de Itaipuaçu ganha mudas nativas de restinga

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Foto: Bernardo Gomes

A orla de Itaipuaçu, recebeu o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica. Ao todo foram implantadas três ilhas de vegetação que receberam 285 mudas. Ao fim do trabalho, a região vai receber 18 ilhas de vegetação com o total de 1.728 mudas.

Em Ponta Negra, na outra extremidade do município, já foram agrupadas duas ilhas que já receberam 192 mudas. Serão plantadas, ao todo, 4.728 mudas nativas de restinga ao longo dos 34 km de vegetação nas praias de Itaipuaçu, Barra de Maricá, Guaratiba, Cordeirinho, Ponta Negra e Jaconé. O trabalho é feito em agrupamento de ilhas de vegetação com mudas de aroeira, guriri, juramento, papagaio, abaneiro, ipomea roxa, jacaré, rabo-de-galo, fedegoso, feijão-de-porco, pitanga, maria-mole, capororoquinha, fruto-do-café entre outras espécies. As espécies serão distribuídas de modo que não se repitam uma ao lado da outra.

“As ações de restauração e conservação da vegetação de restinga são essenciais para a manutenção do nosso ecossistema. Além de auxiliar na manutenção da biodiversidade e no equilíbrio climático, essas práticas são cruciais para a preservação de espécies como o Liolaemus lutzae, um lagarto endêmico das áreas de restinga, cuja sobrevivência depende diretamente da saúde desses habitats. A conservação desses ambientes também é fundamental para a proteção dos solos costeiros contra a erosão. É Maricá realizando uma gestão de desenvolvimento sustentável e protegendo a nossa rica biodiversidade local!”, destacou a secretária de Cidade Sustentável, Andressa Bittencourt.

A bióloga responsável pelo projeto, Tatiane Pereira de Souza, explicou que o trabalho é uma restauração ecológica feita ao longo da orla que foi desgastada com o passar do tempo. “Se andarmos pela orla de Itaipuaçu, observamos que vários pontos não têm mais vegetação. Na realidade, toda a orla deveria ter restinga e não temos porque já foi tudo suprimido. Essa vegetação tem um caule subterrâneo e um papel fundamental de segurar a areia que vem para a rua”, explicou.

Para que a implantação seja eficaz, a bióloga demonstrou a técnica aplicada pela equipe. “Temos o hidrogel, usamos água potável para fazer o polímero, que vira um gel. Esse gel ajuda a segurar a água para ficar disponível para a raiz das mudas que estamos plantando. Sabemos que na praia o solo é pobre em nutrientes, por isso trazemos a terra preta com adubação orgânica. Colocamos o material para ajudar a reter a umidade e a planta conseguir se restabelecer”, esclareceu.

A restinga está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá. Em sua maior parte, encontra-se descaracterizada devido ao histórico de uso de solo e ocupação por espécies exóticas/invasoras e ornamentais.

Entre outras ações previstas estão o cercamento da restinga utilizando mourões de eucalipto tratado e fios de arame galvanizado liso, a limpeza de toda a área, com remoção e descarte de resíduos sólidos urbano, além da destocagem manual e mecânica das espécies exóticas.