Codex III

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Nosso conto de Marilá de hoje trata de um infortúnio sério de nosso burgo tropical. Um pepino disseminado também por todas as vilas vizinhas e por toda a Terra Brasilis. Mas como Marilá é terra revolucionária, é de se estranhar que ainda não o tenha guilhotinado. Trataremos da falta de tratamento da água e das latrinas.

O que é pouco sabido é que nas vésperas da Revolução em que o povo subiu ao poder, o ex-alcaide Queirozes, prenunciando o que viria a ocorrer e para prejudicar a plebe, contratou mercenários de partes distantes do reino onde se encontra Marilá, o Reino Cariocas, para se apossar dos reservatórios de água locais. A Companhia Exploradora Das Aptidões da Escória, na sigla CEDAE, estabeleceu um monopólio em nossa vila, dominando a distribuição de água e a limpeza das latrinas.

A Revolução tentou destruir as posses da Companhia e democratizar o acesso à água, mas a Companhia possui muita influencia com o Rei de Cariocas e com seus Intendentes, além de possuir um exército próprio do pior tipo para impedir qualquer assalto. Um exército de juristas injustos.

Esse impasse perdura até hoje em nossa pequena vila. Enquanto isso, o povo ainda sofre com a falta de água e com a péssima limpeza do sistema de latrinas. E o mal feitor responsável por tudo isso? Queirozes desapareceu na época da revolução, fazendo jus a seu nome e deixando a plebe literalmente na merda.

Assim, nos despedimos mais uma vez. Voltaremos em breve com mais estórias de nossa querida vila de lá. E lembre-se, qualquer semelhança com a vila de cá não passa de mera coincidência.

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