Show de lives

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Como artistas conseguiram driblar o cancelamento de eventos nesse período de pandemia

Para embalar os dias em que o distanciamento social e o isolamento são peças fundamental nesse jogo de guerra contra o coronavírus, artistas que tiveram shows cancelados descobriram uma forma de levar alegria a tantas pessoas. Passaram a transmitir pelas redes sociais e youtube suas músicas com dia e hora marcada.

Logo as lives, como são chamados esse shows, caíram no gosto da galerada e aos poucos a coisa foi ficam séria, com patrocinadores e até cunho social.

Foi pensando em dar apoio aos artistas locais que a cantora Jô Borges teve a ideia de começar o circuito de Musicalidade, com um grupo de músicos de Maricá fazendo uma rede de apoio aos artistas. O grupo hoje conta com outros músicos que também fazem lives semanais de suas casas. 

Segundo Jô, a ideia surgiu depois que ela teve um show cancelado na semana seguinte ao decreto de suspensão das atividades. “ Sempre tive um olhar direcionado para o grupo de artistas com uma grande preocupação na falta de um olhar mais profissional, mas especificamente os músicos ”, explica.

Para ela, que sempre prezou pela valorização dos profissionais como parceiros, dividindo palco, mais do que nunca soube a dificuldade que todos passam com os cancelamentos, principalmente aqueles que vivem exclusivamente da música. “Quando surgiu essa questão da pandemia, que a gente se viu dentro de casa, me veio essa preocupação com aqueles que dependem exclusivamente dos shows. Junto com Aldo, que é meu parceiro, decidimos que precisávamos arrumar um meio de ajudar essas pessoas. A ideia veio de imediato! Logo de cara, com as lives, conseguimos arrecadar uma quantia em dinheiro. Somos um grupo grande com quase 40 músicos, além das parcerias que temos feito”, diz a artista.

A cantora Vivi Serrano acostumada a levar muita MPB, Pop e Rock é uma das que fazem parte desse grupo de artistas. Ela fez a primeira live depois que teve desmarcados shows no fim de semana, em bares de Itaipuaçu, onde canta sempre. “Em um desses bares as reservas sempre esgotam quando vou cantar. É bem badalado o lugar. Então, ficamos sem o show devido a pandemia e eu resolvi manter o show online. E assim comecei a fazer as lives”, diz Vivi.

Outra integrante é a cantora Leandra Robledo, que faz dupla com o Raul Brito que também é cantor, violonista e baixista. Para ela esse tem sido um momento difícil para os artistas. “Perder o contato direto com o público dói o coração. Sem eles, nada somos. Fizemos três lives e foram muito bacanas, deu para matar um pouco a saudade. Estamos nos programando para realizar outras, mas organizando os horários para evitar que a transmissão seja no horário de outros artistas”, relatou.

Conhecida pelo público que gosta de rock’n roll, a banda Thunderock faz as lives toda quarta e domingo com duas horas de duração pelas suas páginas no Facebook e Instagram. “Disponibilizamos nosso novo álbum feito com músicas autorais e pedimos doações em forma de depósitos bancários para que possamos dividir com a galera que está parada”, disse Thiago Rock, cantor da banda.

Para o músico Thiago Dantas que toca rock, reggae, soul e MPB, as transmissões de shows é muito importante. “Além de manter o contato com o público, a questão financeira também ficou prejudicada e a ajuda é essencial para a gente. Essa união de toda a classe artística é fundamental nesse momento”.

Ainda de acordo com Roberta Tilio as lives levam música para poder também acalmar o psicológico abalado, tanto dos artistas quanto do público.

Apresentação teatral 

Com o sucesso de mais de dez anos do Projeto Teatro Popular na Praça Cultural do Ferreirinha, a Cia de Teatro Máscaras volta a agitar o espaço. Pensando na popularização do teatro, o grupo deu início ao Teatro Popular Virtual que leva espetáculos teatrais à população numa transmissão Online via pelo Facebook da companhia, como acontece com os músicos, e acontecerá a cada 15 dias. “Com esta iniciativa continuaremos fazendo um trabalho de formação de plateia, levando cultura e entretenimento ao público. Nas edições anteriores o projeto teve público estimado em 10.000 espectadores participando do evento. Para a execução do Projeto Online contamos com o apoio das empresas preocupadas com a responsabilidade social e a questão cultural desta localidade. É pensando nisso que a companhia selecionou textos que ficarão marcados na memória de todos os presentes”, nos conta Mario Viera, fundador da Cia de Teatro Máscaras.

O evento será realizado duas vezes por mês, na página da companhia no Facebook e a população será informada por meio de flyers que serão distribuídos nas redes sociais. Os espetáculos acontecerão sempre as segundas, quartas e sábados às 18:30h. O projeto teve início em 11 de abril de 2020 e o enceramento será no fim da quarentena.

Fotos: Divulgação

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