Vinte e cinco profissionais de nível superior da Atenção Básica do município de Maricá participaram da capacitação em auriculoterapia, promovida pela Secretaria de Saúde em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse encontro foi o segundo de uma série de cinco, com carga horária de 120 horas, realizado todas às terças-feiras, na Escola Caio Figueiredo, em Inoã. O curso é direcionado para enfermeiros, assistentes sociais, dentistas, psicólogos, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e nutricionistas da rede municipal de saúde.
Ministrada pela Escola de Enfermagem Anna Nery, da UFRJ, o curso tem organização do setor de Práticas Integrativas da Secretaria de Saúde do município e fala sobre a história do tratamento, as escolas brasileira, chinesa e francesa com aprofundamento na “Teoria Homuncular” do neurologista francês Paul Nogier para fornecer ao profissional todo conhecimento necessário para aplicação nas unidades de saúde da família do município.
Dentre um dos pontos abordados na capacitação, o coordenador do setor, o enfermeiro e acupunturista Raphael Dias, esclarece que a técnica atualmente é utilizada com recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em mais de 72 países para tratamento complementar de diversas situações de saúde-doença.
De acordo com o coordenador, a auriculoterapia é uma técnica terapêutica que promove a regulação psíquico-orgânica do indivíduo por meio de estímulos nos pontos localizados na orelha. A técnica estimula as zonas neurorreativas por meio de esferas ou sementes de mostarda que vão liberar neurotransmissores que ajudam a produzir o efeito terapêutico esperado. “É bom destacar que a auriculoterapia é um tratamento complementar e não tem o propósito de substituir outras modalidades, como o uso de medicamentos, atendimentos médicos ou fisioterápicos. É uma ferramenta a ser incluída ao tratamento”, declarou o coordenador.
Raphael cita que a técnica deve ser usada como prática complementar de saúde para situações de ansiedade, dores agudas crônicas, controle do peso, cessação do tabagismo e para doenças crônicas não transmissíveis como a hipertensão arterial e a diabetes mellitus.
O coordenador garante que ao final do curso todos os postos de saúde da família da rede municipal terão a auriculoterapia disponível para os pacientes. “Atualmente 25 profissionais estão nessa capacitação, que vão se somar a outros 50 já capacitados nas duas edições anteriores do curso. Desta forma, no final deste curso, serão 75 profissionais prontos para atender gratuitamente nas unidades de saúde da família”, destacou.
Uma das profissionais participantes do curso era a psicóloga e gerente do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), Maria Cristina de Paula Lopes. Para ela, a técnica vai ao encontro da proposta do SUS de prevenção e promoção da Saúde. “Tudo o que estou aprendendo será de muita utilidade no meu dia-a-dia, pois ressalta a importância de investirmos em métodos preventivos”, afirmou.
A enfermeira da unidade de Estratégia de Saúde da Família do Jardim Atlântico, Bruna Albuquerque, de 29 anos, está adorando participar da qualificação. Ela disse que buscou participar do curso ao ver de perto os resultados positivos do tratamento de auriculoterapia aplicado pela fisioterapeuta do posto em que trabalha. “Muitos usuários aderiram a essa técnica porque estão tendo melhoras na saúde. E isso despertou minha atenção. Essa capacitação aprofunda muito o assunto e nos permite ter um amplo conhecimento da técnica”, concluiu.
Fotos: Fernando Silva
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