Parceria entre município e UFRJ inaugura laboratório
molecular que realiza até 300 testes por dia com resultado rápido
Maricá deu mais um passo importante no combate ao Covid-19. Em maio um Laboratório de Diagnóstico Molecular, iniciativa pioneira no estado, foi inaugurado no Posto de Saúde Central, no Centro da cidade. A unidade tem capacidade de realizar até 300 testes de detecção do novo coronavírus por dia, com os resultados sendo conhecidos em 72 horas.
Todo o trabalho é fruto de uma parceria entre o ICTIM e o Laboratório de Análise Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e tem como responsáveis técnicos o virologista e professor titular da UFRJ, Amílcar Tanuri, o professor da Unirio e pesquisador da UFRJ Marcelo Velho – também infectologista da rede pública de saúde de Maricá e a biomédica Andréia Ribeiro Costa.
A secretária de Saúde de Maricá, Simone Costa, a rapidez na identificação dos casos de Covid-19 é importante porque permite descobrir a patologia nos estágios iniciais. “Com isso, vamos poder iniciar também precocemente o protocolo para que o paciente não evolua para as formas mais graves da doença. Formamos uma grande parceria, inclusive com o nosso Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS) com o ICTIM para que esse grande feito pudesse acontecer”, comemora a secretária.
Com o novo laboratório, a Secretaria de Saúde do município passará a dispor de uma base de dados mais abrangente sobre o avanço da pandemia. “Além de auxiliar a Secretaria de Saúde no combate à Covid 19, o laboratório será um importante ponto de apoio às pesquisas sobre virologia. Já em junho, iniciaremos pesquisas de campo, para estruturar o Mapa Virológico do município, um trabalho inédito em nosso país”, ressalta o diretor-presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), Celso Pansera.
O investimento da Prefeitura de Maricá na estrutura montada no Posto Central é de cerca de R$ 1,3 milhão. Posteriormente, o laboratório será levado para a área do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, onde serão investidos outros R$ 6 milhões para ampliar um Laboratório Virológico (LabVir), para pesquisas avançadas na área de viroses e arboviroses, como dengue, e apoio à formação de mestres e doutores em convênios com universidades.
Para o consultor técnico e coordenador do novo laboratório para assuntos relacionados a doenças infecciosas doutor Marcelo Velho, a inauguração é de extrema importância porque, além de dar agilidade aos diagnósticos, vai preparar a Saúde de Maricá para lidar efetivamente com outras doenças virais. “O laboratório ainda vai servir de espaço de pesquisas para estudarmos o novo coronavírus e outros vírus que, por ventura, estejam circulando na cidade. Com isso poderemos nos antecipar e prever alguma epidemia, além de participar ativamente dos mais elaborados estudos no campo da biologia molecular. Maricá vai se tonar referência no estado do Rio de Janeiro”, finaliza.
Ainda nesse mês de junho, será iniciada a pesquisa domiciliar epidemiológica da Covid-19 na cidade, com exames em grande escala, para um levantamento estatístico utilizando critérios do IBGE (idade, renda e localização geográfica, entre outros). Desta forma, será possível elaborar e atualizar permanentemente um mapa da condição virológica dos moradores, dando ao poder público condições de antecipar futuras possíveis crises sanitárias e estabelecer políticas públicas.
A pesquisa domiciliar será feita entre junho e dezembro em sete etapas cada uma com 394 domicílios. Equipes formadas por técnicos de endemias e agentes de Saúde da Família visitarão as residências e coletarão amostras de um morador de cada domicílio para os testes.
A unidade inaugurada recebeu o nome do Dr. Francisco Rímolo Neto, em homenagem ao clínico geral e pediatra do município, falecido em 2013.
Fotos: Evelen Gouvêa