A cidade de Maricá passou a oferecer gratuitamente dois métodos contraceptivos de longa duração: o implante subdérmico e o Sistema Intrauterino de Levonorgestrel (SIU-LNG), conhecido como DIU hormonal. A iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde foi marcada por um evento realizado na última sexta-feira (6) no Centro Materno Infantil, como forma de apresentar à população a nova etapa do planejamento reprodutivo disponível no município.
Os dispositivos agora fazem parte dos serviços prestados pelas Unidades de Saúde da Família (USF), seguindo critérios técnicos e clínicos definidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta é garantir o acesso aos métodos para públicos prioritários, como forma de fortalecer o cuidado com a saúde reprodutiva, principalmente entre pessoas em situação de vulnerabilidade social ou com contraindicações aos contraceptivos convencionais.
O DIU hormonal é indicado para mulheres com obesidade, histórico de cirurgia bariátrica, sangramento uterino anormal em tratamento prolongado, ou que não podem utilizar métodos com estrogênio. A recomendação também se estende a homens trans nas mesmas condições clínicas.
Já o implante contraceptivo é voltado principalmente para adolescentes de 15 a 17 anos com alta vulnerabilidade social, pessoas com transtornos mentais graves e pessoas vivendo com HIV, além de mulheres e homens trans em risco social. O implante é inserido sob a pele do braço e libera gradualmente o hormônio etonogestrel por até três anos.
O atendimento para inserção dos métodos é feito por meio das USF de referência. Após avaliação da equipe multiprofissional, quem se enquadrar nas indicações clínicas será encaminhado para realizar o procedimento. Pessoas já cadastradas na lista de espera serão contatadas para agendamento.
Além das novas opções, Maricá segue oferecendo o DIU de cobre, método tradicional disponibilizado amplamente pelo SUS, com indicação para o público em geral.
Entenda os métodos
O DIU hormonal é um pequeno dispositivo em formato de T que libera continuamente o hormônio levonorgestrel, promovendo o espessamento do muco cervical e a supressão do endométrio, o que reduz a chance de gravidez. Com eficácia elevada, o método tem duração de até cinco anos e é reversível.
Já o implante subdérmico é um tubo fino inserido sob a pele do braço não dominante. Ele libera etonogestrel diretamente na corrente sanguínea, impedindo a ovulação. Também é reversível, com duração de três anos, e é uma alternativa para quem tem dificuldade de aderência a métodos de uso diário.
Ambos os métodos não interferem nas relações sexuais e contribuem para o controle de sintomas como cólicas menstruais e alterações causadas por endometriose.