
Por: Coluna Histórica
O Cruzeiro de Sul pode ser observado durante todo o ano no céu, mas é durante o inverno a melhor época para vê-lo, especialmente no mês de julho que é um bom período para observação, pois a constelação está mais alta no céu durante o início da noite, facilitando a sua localização. É uma constelação de grande importância especialmente para a navegação. Além disso, possuem um forte significado cultural e simbólico, sendo representado em bandeiras, hinos e outros elementos culturais de diversos países do Hemisfério Sul, incluindo o Brasil.
É mencionado no Hino Nacional do Brasil, na quarta estrofe:
(…) Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce
Se um teu formoso céu, risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro Resplandece (…)

Detalhes sobre as estrelas
- A cruz (Alfa Crucis) É a estrela mais brilhante do Cruzeiro do Sul e também a mais meridional.
- Mimosa (Beta Crucis) É a segunda estrela mais brilhante da constelação conhecida por sua cor azulada.
- Gacrux (Gama Crucis) uma estrela gigante vermelha, visível no topo da cruz.
- Delta Crucis: É uma estrela azul-branca menos brilhante que as anteriores.
É a menor das 88 constelações reconhecidas pela União Astronômica Internacional (IAU). Suas principais estrelas formam uma cruz. Próximo a ela estão a Nebulosa do Saco de Carvão e o aglomerado Estelar conhecido como Caixinha de Joias. A mais brilhante do Cruzeiro do Sul é conhecida como Estrela de Magalhães que aponta para o Sul.
Do lado de “fora” da cruz, duas estrelas nos auxiliam a identificar o Cruzeiro do Sul nos céus principalmente em Maricá, ambas fazem parte da constelação centauro.

O farol de Ponta Negra, em Maricá, é um bom local para observar o Cruzeiro do Sul. A localização elevada do farol, inaugurada em 01/05/1909 sentinela do mar, junto a costa, oferece uma vista desimpedida ao céu noturno, ideal para a observação de constelações, incluindo o Cruzeiro do Sul, também permite observar a curvatura da Terra, um fenômeno interessante para observadores e turistas.

Da Pedra do Elefante também é possível ver o cruzeiro do sul em noites claras e com boa visibilidade. A pedra com seus 412 metros de altitudes oferece uma vista panorâmica que inclui o horizonte Sul, onde a constelação é visível.
Os povos indígenas Tupi- Guarani utilizavam a Pedra do Elefante par observar e se orientar através da constelação Cruzeiro do Sul. Eles chamaram de “Kuruxu”- líder indígena da Etnia Mibiá Guarani, que vive no Sul do Brasil. Os indígenas utilizaram para observar os pontos cardeais. A posição da cruz indicava mudanças estacional a passagem das novas das estações do ano.
A saber popular associada a visão do Cruzeiro do Sul no céu pelos antigos moradores de Maricá, é a de que, ao fixar o olhar na constelação e fazer um pedido este se realizará. Para os Tupi-Guarani, a constelação é vista como uma ema, um animal importante em sua mitologia, que significa a ave da sabedoria.

O cruzeiro do Sul associado à Ema é responsável por segurar a cabeça da ave, que uma vez solta, poderia beber toda água da Terra.
Equipe de pesquisa:
Maria Penha de Andrade e Silva – Historiadora, Pedagoga, Especialista em Educação e Folclorista
Renata Toledo Pereira – Doutoranda em Educação, Pedagoga e Historiadora
Apoio:
Claudia Maria Ramos – Nutricionista, Pós Graduada em Clínica e Metabolismo, Bióloga e Psicopedagoga
Charley Bittencourt – Designer de Imagem
Marianne Mary da Fonseca – Pós Graduada em Gestão Pública, Pedagogia, Letras (Português e Literaturas Brasileira e Portuguesa)
Pesquisa:
Narrativas populares dos Astrônomos João Faras e Florentino Corsali