MARÉ – Maricá, Artes, Roteiros e Experiências

Nova empresa pública vai gerir os projetos turísticos e culturais da cidade nas áreas de gastronomia, cinema, audiovisual, artes plásticas, turismo, edição de livros e músicas

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Dona de uma natureza exuberante, Maricá quer se tornar um dos principais destinos do turismo brasileiro e mundial, transformando, definitivamente, as bases econômicas do município. Mas não são só as belezas naturais que fazem parte desse grandioso projeto que irá transformar a cidade. A nova economia pensada para Maricá é cultural, criativa, artística, social, solidária, saborosa e repleta de referências históricas, que fortalecem a identidade local.

Para fazer esse projeto de desenvolvimento acontecer, a atual gestão vem investindo em iniciativas arrojadas e estruturadas, com objetivo de criar as bases necessárias para o salto que irá colocar a cidade em outro patamar econômico, turístico e social.

Com o intuito de reunir e integrar as iniciativas já existentes nas áreas de turismo, cinema, audiovisual, artes plásticas, edição de livros, música, dança e gastronomia, com outros projetos que estão sendo construídos, a Prefeitura de Maricá criou a empresa pública Maré  – Maricá, Artes, Roteiros e Experiências.

“A gestão do prefeito Washington Quaquá enxerga a cultura e o turismo como parte de um pilar de política pública. A nossa tarefa, a missão da Maré, está integrada a essa perspectiva de desenvolvimento de cidade e à perspectiva social, também. Mesmo porque, as conquistas sociais, de uma certa maneira, também são atrativos turísticos. As pessoas de todo o mundo que visitam Maricá ficam encantadas com o poder de ter um ônibus tarifa zero, com as bicicletas compartilhadas vermelhinhas, gratuitas tanto para crianças como para adultos, com uma moeda local aceita em todo o comércio da cidade. Então, você tem atrações turísticas também baseadas nessas experiências sociais e nós enxergamos a maré como parte dessa ideia, desse conceito de política pública”, explica Grassi.

Além de tudo que ainda está sendo pensado e construído, a MARÉ inicia seus trabalhos com projetos já em andamento, uma vez que irá incorporar iniciativas que estão, atualmente, sob a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM).

“São projetos que fogem ao papel dessas empresas, mas que, sem a Maré, não tinham onde ficar. O Caminho das Artes, por exemplo, que está na Codemar, vai para gestão da MARÉ. O prefeito Washington Quaquá nos orientou e trabalharemos em conjunto com as várias ações da Prefeitura, juntando trabalhos já efetivados pela Secretaria de Turismo, pela Secretaria de Cultura, estendendo essas iniciativas tanto para a ação local em Maricá como, também, para a imagem de cidade nacional e internacionalmente”, explicou Grassi.

O Caminho das Artes, ao qual Grassi se refere, é um projeto que reúne um conjunto de empreendimentos culturais formado pelos museus Darcy Ribeiro, Beth Carvalho, Maysa e pela Praça das Utopias, todos localizados à beira mar, no bairro de Cordeirinho.

“A nossa ideia de fazer do Caminho das Artes, um exemplo de planejamento urbano para a cidade, uma intervenção de uma área onde se tem museus pé na areia. Isso não existe nenhum outro lugar do mundo. Você sai do museu e está na praia. Você sai da praia e está no museu. Isso cria uma alternativa de orla para as pessoas muito interessante”, afirma Grassi.

Outro importante equipamento público, já em fase de conclusão, que será gerido pela Maré é o Mirante do Caju, ou Mirante das Utopias.

“O mirante tem uma vista maravilhosa. O pôr do sol mais incrível que já vi. As obras já estão bem adiantadas. Nossa ideia é colocar para funcionar o quanto antes. Lá, vamos realizar concertos, espetáculos e shows naquele teatro incrível que tem ali. Também pretendemos criar, ali, uma galeria de arte e uma espécie de bistrô, para comercializar os produtos da Amar, que é a empresa de alimentos de Maricá”, conta Grassi.

A Maré já tem seu primeiro grande desafio pela frente, tendo a responsabilidade de gerir o “Natal Brasilidade”, que este ano será temático, inspirado na alma plural do povo brasileiro e traduzido em cenografia e desfile pelo carnavalesco Milton Cunha, que assina a direção de arte do evento. A decisão de incorporar o imaginário natalino às tradições culturais do Brasil – dos povos indígenas ao samba, das tradições do Nordeste aos pescadores do litoral – espelha a perspectiva de um Natal inclusivo e genuinamente brasileiro, alinhado com as políticas públicas que transformam Maricá em um modelo de administração focada no bem-estar coletivo.

Outro grande projeto que já integra o conjunto de iniciativas sob o guarda-chuvas da Maré é a construção de uma filial da Escuela Internacional de San Antonio de los Baños, uma tradicional escola de cinema e TV cubana. Fundada em 1986, a EICTV nasceu objetivo de proporcionar a estudantes da América Latina, África e Ásia um espaço que unisse a formação teórica, a prática e o debate sobre as artes audiovisuais. A “Escola de Três Mundos”, como ficou conhecida muldialmente, a partir do ano 2000 se tornou a “Escola de Todos os Mundos”, abrindo suas portas para estudantes de qualquer nacionalidade.

Muita coisa ainda está sendo planejada pela Maré. No horizonte próximo estão, além dos projetos já mencionados, a construção de 13 obras de do arquiteto Oscar Niemeyer, a instalação da Escola Nacional de Ballet de Cuba (ENBC), entre outros.

A futura sede da empresa pública será a Casa Colaço, que pertencia à família da artista tapeceira Concessa Colaço e está sendo reformada para se tornar o centro dos projetos culturais e turísticos da Maré.

À frente da Maré, como diretor-presidente da nova empresa pública, está o ator e gestor Antônio Grassi, que tem grande experiência na formulação e gestão de políticas públicas na área cultural. Grassi, além de talentosíssimo ator, é formado em Ciências Socias. Ele foi secretário estadual de cultura durante o mandando de Benedita da Silva como governadora do Rio de Janeiro e Presidente da Funarte, a Fundação Nacional de Artes, ligada ao Ministério da Cultura, durante a gestão de Gilberto Gil, no primeiro mandado do Presidente Lula. Além desses cargos públicos, Grassi foi curador da Quadrienal de Praga, comissário do Ano do Brasil em Portugal e na França; trabalhou na montagem da programação cultural da Europalia, na Bélgica, e da Feira de Frankfurt, na Alemanha.

Com todo o incentivo do poder público e com a competência e sensibilidade na gestão cultural da cidade, Maricá está pronta para aproveitar essa boa maré para se tornar um dos principais atrativos turísticos do mundo, através de suas belezas naturais, sua riqueza cultural e suas utopias.