Representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), das escolas municipais João Monteiro (Itaipuaçu), Darcy Ribeiro (Inoã) e do Instituto Federal Fluminense – IFFluminense Campus Avançado (Centro), se reuniram com membros das secretarias municipais de Comunicação, Ciência e Tecnologia, Educação e Saúde para definir a agenda de atividades que serão realizadas pelos 60 alunos que participarão do Fórum Ciência e Sociedade 2018, que tratará a questão das arboviroses em Maricá.
O Fórum envolve quatro territórios: Maricá, representado por estudantes de três escolas; o bairro de Manguinhos (RJ), representado por estudantes de duas escolas; Paraty, com uma escola de comunidade tradicional quilombola; e Ceilândia (DF), com três escolas.
A etapa de sensibilização e acolhimento dos estudantes começa no dia 22/08 (quarta-feira) com a preparação a para primeira visita em campo que acontecerá no dia 29/08, na Fiocruz. “Esta primeira oficina, que vai acontecer no dia 22, passará pelas três escolas de Maricá preparando para a visita técnica na Fiocruz, onde os alunos vão assistir à uma peça teatral sobre arboviroses, conhecer a cavalariça – que é uma parte do Museu da Vida que tem uma coleção de insetos, e vão conhecer o Castelo da Fiocruz como um todo”, explicou o professor e pesquisador da Fiocruz – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Maurício Monken.
Outra etapa serão as oficinas temáticas em relação às visitas de campo que serão feitas no complexo lagunar e nas aldeias indígenas. De acordo com o gerente de projetos da Secretaria de Comunicação, Ciência e Tecnologia, Délcio Teobaldo, a pasta teve uma contribuição importantíssima para que os alunos hoje possam iniciar esta prática que é de estudo, mas que também acaba sendo preventiva. “A secretaria tem um projeto chamado ‘Novos Pesquisadores’, onde alunos da rede municipal de ensino começaram a aprender sobre ferramentas de pesquisa que viabilizam a construção de um olhar crítico sobre a cidade. O projeto foi apresentado em 2017 e teve a adesão 46 alunos que apresentaram seus projetos de pesquisa, neste ano o número ampliou para 70. A partir daí tivemos contato com a Fiocruz sobre arbovirose”, lembrou Délcio.
O Fórum Ciência e Sociedade 2018 é uma tecnologia educacional desenvolvida pelo Museu da Vida, que é uma das unidades técnico-científica da Fiocruz. Parte de um projeto de pesquisa apresentado em 2015, por conta da crise sanitária gerada a partir da descoberta de inúmeros caso de Zika, ele é um dos poucos no país voltado para área da educação. “Em 2015 o Governo Federal e as agências de fomento criaram editais para fazer estudos sobre a doença e a sua relação com a microcefalia. Concorremos em um destes editais e ganhamos a possibilidade de implementar um projeto voltado para a educação. No país inteiro, são apenas dois projetos neste sentido, o nosso e um da Paraíba”, contou Maurício.
O projeto de pesquisa, em si, ainda tem mais algumas etapas. “No ano que vem, por exemplo, temos quatro cursos para fazer sobre Vigilância Popular em Saúde no Enfrentamento às Arboviroses, que envolverá profissionais de saúde, população e a experiência destes estudantes que será levada para o curso”, destacou Maurício. A ideia é que essa experiência da comunidade escolar seja incorporada no curso, para que a própria vigilância local do município também incorpore a comunidade escolar no enfrentamento e na mobilização.
Fotos: Elsson Campos
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