Profissionais da Defesa Civil de diversas cidades do país participaram nesta terça-feira (9/4) do curso de Análise de Risco Geológico em Ações de Proteção e Defesa Civil, promovido pela Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Maricá, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), na Escola Municipal de Administração de Maricá (Emar). Ao todo, participam da capacitação mais de 70 profissionais de locais como: Ubá (MG), Curitiba (PR), Lagoa Seca (PA), São Carlos (SP), Aracaju (SE), dentre outros. A capacitação segue até a próxima sexta-feira (12/4) totalizando 32 horas.
“O curso é importante por transmitir novas metodologias relacionadas ao diagnóstico, mapeamento e planejamento de intervenções, visando à prevenção de desastres socioambientais”, afirma o secretário de Proteção e Defesa Civil, Luiz Carlos dos Santos. Ainda segundo Luiz Carlos, já foi autorizada a criação da Academia Municipal de Defesa Civil que será responsável pela capacitação dos agentes no município, mas com atuação aberta para profissionais do estado e de todo Brasil.
Um dos instrutores da CPRM, o geólogo e pesquisador em Geociências, Jorge Pimentel, explicou o funcionamento da companhia, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, em todo país e destacou que, desde 2011, o órgão atua no mapeamento de áreas de risco e no trabalho para prevenção de acidentes.
Durante o curso, o professor abordou conceitos fundamentais da área como desastres naturais, risco, evento geológico e suscetibilidade. “Nosso objetivo constante é buscar resultados para a melhoria dos sistemas de avaliação e mapeamento de riscos, previsão e alerta e também o planejamento urbano na atuação de gestão do risco de desastres. A CPRM superou a meta de mapeamento de áreas de risco de 821 municípios estipulado no Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta aos Desastres Naturais (PNGRRDN). Hoje, o número de municípios mapeados ultrapassa os 1.687 em todo o Brasil, destacando que novas cidades estão incluídas na agenda de ação atual”, frisou o professor.
A coordenadora estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo, a geóloga Cristiane Tinoco dos Santos, destacou a importância de trocar experiências com profissionais de todas as regiões do país. “É fundamental nos capacitarmos e sempre estarmos aprendendo como atuar na prevenção de desastres. Estou muito animada com o que irei aprender”, frisou, acrescentando que, no início desse ano, a cidade de Castelo, no Sul do Espírito Santo, sofreu o desplacamento de rochas que bloqueou a principal estrada de acesso à comunidade de Lembrança, interditou cinco casas e deixou 20 famílias isoladas. Para a geóloga, a apresentação de uma nova metodologia japonesa de mapeamento com base no projeto GIDES foi um dos fatores que motivou a sua participação nesse curso.
O coordenador estadual adjunto de Defesa Civil do Acre, o tenente coronel Eden Santos, falou sobre a importância de participar do curso junto com outros dois profissionais do seu Estado. “Viemos buscar conhecimento mais qualificado para o enfrentamento de eventos geológicos. Lá no Acre, não sofremos por movimentos abruptos de massa, por sermos uma região mais plana, no entanto tempos muitos rios e igarapés e nos preocupamos constantemente com essas áreas”, salientou o coordenador.
No curso foram abordados diversos temas, como programa de prevenção e erradicação de riscos em assentamentos precários, Introdução ao Gerenciamento de áreas de risco geológico; Conceitos básicos de risco e de áreas de risco; Identificação, análise e mapeamento de áreas de risco de escorregamentos: tipologia, cenários, indicadores e critérios; Roteiro metodológico para análise de risco e mapeamento de áreas de risco em setores de encosta e de baixada; Identificação, análise e mapeamento de áreas de risco de alagamentos e inundações; Gerenciamento de áreas de risco; Apresentação das ações municipais e outros órgãos, além de outros temas relevantes.
Foto: Clarildo Menezes
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